sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

sonata à toa para um ateu

líria porto

estive por aí pelas veredas
busquei respostas como quem tem fome
não sabia eu quem inventara o homem
quem legara à flor pétalas de seda

ficava a pensar no início do mundo
quem pintara tantas tantas estrelas
vivia tão longe que ao percebê-las
minh'alma era seca o corpo infecundo

diz-me –– bem-te-vi –– teu canto sonoro
ele me fascina então eu te imploro
conta passarinho quem te deu a voz

ele cantarola olha para o céu
reza com fervor (eu tiro o chapéu)
e roga ao criador por todos nós

*

6 comentários:

Unknown disse...

Belíssimo, Líria!

Um soneto-sonata de fazer chorar, e rir, tudo ao mesmo tempo.

LINDO DEMAIS!

Beijos

Mirze

felipe disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
felipe disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ragi moana disse...

lindo, comadre, parece uma oração de tão belo

Fred Caju disse...

Apesar de discordar, não posso deixar de concordar que é um belo poema.

Eder disse...

A toa nada...

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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