quinta-feira, 6 de novembro de 2008

(publicado no livro olho nu - ed. patuá) cheiro verde

líria porto

em nossa casa
quando nascia menino
vovó – cozinheira de mão cheia
fazia durante o resguardo
sopa de galinha com farinha de milho
muita salsa e cebolinha

meu pai engolia o quarto
quinto sexto sétimo oitavo
nono filho
                  às colheradas

depois dizia
sou rico

*

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu já te disse pessoalmente algumas vezes, Líria, que acho sua poesia bem parecida à da Adélia Prado. Este seu "Cheiro verde", por exemplo,me remete aos poemas dela que falam de um ambiente familiar aconchegante em Divinópolis. Também já comentei com você do extraordinário poder de síntese que você possui, sem perder-se em versos longos e descritivos. Continuo me alegrando com sua poesia. Obrigada!

Mariana Botelho disse...

simplesmente lindooooooooo

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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