terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

arruma a rima

líria porto

eu era muito pequena
sofri sentença de morte
escapei de mim ilesa
assim começa a história

o sangue tinto da uva
nestas noites de seresta
traz a lua diamantina
às horas nossas de tédio

as pedras da vida estreitam
os caminhos do destino
saudades furam-me os olhos
tempos duros – de ostracismo

as folhas todas da árvore
ficaram da cor da palha
onde foi parar o verde
está em greve ou de férias?

a caixa d'água do céu
derramou noite inteirinha
respingou no meu ouvido
um batuque repetido

no chão rolou minha rima
quebrou verso na calçada
ô bicho besta é poeta
faz poesia do nada

*

Um comentário:

CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...

Líria dos portos,
Você faz poesia de tudo...

"A caixa d'água do céu..."

Abraço valadarense,
Pedro Ramúcio.

dedicatória

nus descampados (im)puros
fiamos o plenilúnio

(líria porto)



*















quem tem pena de passarinho
é passarinho

(líria porto)

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